TODOS CONTRA PORTUGAL E OS PORTUGUESES |
O primeiro-ministro, José Sócrates, apresentou a demissão ao Presidente da República, que ainda não a aceitou, mas todos os partidos são unânimes na defesa de eleições antecipadas.
O pedido de demissão de José Sócrates foi anunciado através de uma nota da Presidência da República que, contudo, salienta que o Governo se mantém “na plenitude de funções até à aceitação daquele pedido”.
“Com vista à resolução da situação política decorrente do pedido de demissão do primeiro-ministro, o Presidente da República, nos termos constitucionais, irá promover, no próximo dia 25, audiências com os partidos representados na Assembleia da República”, lê-se ainda na nota da Presidência da República.
Nessa reunião, o chefe de Estado irá ouvir os partidos para tentar encontrar outra solução de Governo dentro do atual quadro parlamentar.
Se não for possível a atual Assembleia da República gerar um novo Governo, como é previsível, o Presidente da República deverá então aceitar formalmente o pedido de demissão de José Sócrates e dar início ao processo de dissolução do Parlamento, ouvindo novamente os partidos e o Conselho de Estado.
Numa declaração que se seguiu ao encontro com o Presidente da República, Sócrates foi claro ao dizer que a crise política só poderá ser resolvida pela “decisão soberana dos portugueses”.
Sócrates justificou o pedido de demissão por considerar que “a oposição retirou ao Governo todas as condições” para continuar a governar.
O Parlamento aprovou ao início da noite cinco resoluções de rejeição do chamado PEC 4 proposto pelo Governo, incluídas em projetos do PSD, CDS-PP, PCP, BE e Verdes, deixando em minoria o PS, que votou contra todas elas.
Também o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu que será o caminho eleitoral que poderá permitir ao país ter um novo Governo “com mais força e mais determinação”.
Na mesma linha, o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, defende que a democracia existe para resolver situações como a atual e até já fala em compromissos para a campanha eleitoral.
O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, também pediu que seja devolvida a palavra aos portugueses e apelou a “uma mudança de política”, afirmando que o PSD “concordava” com as propostas do Governo.
Já o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, rejeitou que o partido tenha aberto a porta a um Governo de direita, alegando que o país atingiu o “limiar da resistência”, e afirmou que o seu partido quer vencer, além do PS, também o PSD.
@Lusa
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