A novidade foi avançada ontem pelo Secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, que reuniu, na reitoria da Universidade do Minho (UM), com vários especialistas.
“O objectivo deste encontro foi coordenar ideias com a Universidade do Minho (UM) para realizar o primeiro debate que, de alguma forma, será sempre paradigmático para aqueles que se vão suceder no resto do país”
Por isso, José Junqueiro aproveitou para agradecer à UM “a disponibilidade e auxílio que está a prestar, sendo que agora também é parceiro nesta organização”.
O governante justificou o facto de Braga ter sido o local escolhido para o primeiro debate, por existirem “muitas leituras e muitas experiências sobre trabalhos realizados nesta região”. E José Junqueiro foi mais longe: “esta é uma zona onde a organização do território tem particularidades muito específicas”.
A ideia deste ciclo vai muito mais além da discussão da reorganização das freguesias.
“Queremos reflectir sobre o papel dos distritos actualmente, a localização dos concelhos, o funcionamento de entidades, como, por exemplo, as assembleias distritais e o modo como podemos olhar para os nossos recursos, já que temos 132 mil funcionários, mais de 57 mil eleitos e recursos materiais superiores a três mil milhões de euros anualmente”. O que se pretende é tentar perceber o que se pode fazer “para ter um território onde estes recursos funcionem melhor”.
"Não há conclusões antes do debate”.“Queremos uma reflexão séria e não condicionada à partida”
O governante deu apenas os exemplos de Lisboa e da Covilhã, que estão a trabalhar no sentido de reorganizar o território. “Pela primeira vez, em 160 anos, os eleitos locais estão a fazer uma reforma.
Até agora, não foi a administração central que propôs, não foi a administração central que fez”, evidenciou aquele representante, acreditando que “um país que tem eleitos locais com esta visão é um país que tem esperança no futuro”.
José Junqueiro garantiu, ainda, que com a realização desta iniciativa, “não há razões economicistas, há apenas razões de servir melhor as pessoas e esta reforma é para as pessoas”.
O reitor da UM, António Cunha, mostrou-se muito “lisonjeado” por a universidade contribuir para este debate e por Braga ser o local escolhido para a realização do primeiro debate a nível nacional.
“Certamente a UM vai empenhar-se e tem especialistas em diversas áreas que são importantes, quer seja na gestão do território, na administração pública ou no enquadramento jurídico das autarquias, para debater a questão”, vincou o reitor da UM.
Braga - Patrícia Sousa - 2011-02-23
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