sábado, 26 de fevereiro de 2011

Combustíveis: Redução de 10 Km/hora na velocidade máxima de 120 para 110km|H

Uma redução de 10 quilómetros por hora na velocidade máxima nas autoestradas, como anunciou hoje o governo espanhol, tem impactos significativos no consumo, disse à Lusa uma especialista.
"Uma redução de 10 quilómetros por hora nas autoestradas tem impactos no consumo. Passar de 120 para 110 é relevante, porque nas grandes velocidades existe uma grande variação do consumo", disse Sofia Taborda, uma especialista da empresa OCCAM, que realizou um estudo sobre Eco-Condução para a Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Uma condução que reduza as velocidades máximas e, sobretudo, evite travagens e arranques bruscos permitiria poupar 800 milhões de euros em combustíveis e 1,7 mil milhões de toneladas de CO2 por ano, indica o estudo do projeto "Eco Condução Portugal".
Além da poupança de 800 milhões de euros, Portugal poderia reduzir até 20 por cento do consumo de combustível caso os automobilistas adotassem práticas de condução mais eficientes e adequadas à tecnologia atual dos carros, conclui o mesmo estudo, apresentado no ano passado pela ACAP.
"A variação [do consumo] não é linear. Por exemplo, passar de 100 para 140 o consumo duplica e a velocidade aumentou menos de metade", explicou Sofia Taborda, para quem "esta medida poderá ter resultados práticos".
O estudo sobre Eco-Condução ganha novo interesse num dia em que o Governo espanhol anunciou que a partir de 07 de março o limite de velocidade nas autoestradas espanholas vai passar de 120 para 110 quilómetros/hora, uma medida destinada a reduzir o consumo de gasolina e gasóleo.
O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, assegurou hoje que esta é uma medida "transitória" relacionada com a recente escalada do preço do crude. Além do novo limite nas auto-estradas, também no interior das localidades a velocidade máxima passará para 30 quilómetros por hora. Madrid também subsidiará uma redução no preço dos transportes públicos.
Sofia Taborda desvaloriza a redução de velocidade nas localidades, mas aplaude o incentivo aos transportes públicos.
"Nas baixas velocidades não faz tanto sentido, porque estamos no máximo em terceira [mudança]. É aqui que há maiores consumos instantâneos", disse a especialista.
"Temos de fazer o balanço às travagens e aos arranques, mas os carros estão mais otimizados para os consumos nos 60 a 80 quilómetros por hora. Abaixo disso estamos nas mudanças menos eficientes", concretizou.
Sobre o incentivo ao uso dos transportes públicos, Sofia Taborda considerou-a uma "ótima medida".
"Na atual conjuntura é uma excelente oportunidade para rever os transportes coletivos. Vemos que as pessoas estão cada vez mais a deixar o carro em casa, portanto é uma altura excelente para apostar em melhorar a oferta de transportes coletivos", disse.
O Governo espanhol prevê reduzir o consumo de gasolina em 15 por cento e o do gasóleo em 11 por cento. "Depende um pouco do tipo de mobilidade, mas não é uma ordem de grandeza que choque", disse Sofia Taborda.
@Lusa

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