Rui Joaquim Cabral Cardoso das Neves foi um dos mais ilustres socialistas no distrito de Viseu. Deixou o nosso convívio esta semana, cedo demais. Foram muitos os que com ele e a sua família quiseram partilhar um último momento. Vieram um pouco de todo o lado, de todas as famílias políticas ou, mais simplesmente, vieram os amigos.
Político de convicções fortes, possuidor de grande energia interior, cedo deixou bem vincada a sua persistência na concretização dos projectos essenciais ao desenvolvimento do seu concelho e do país, mas realizando sempre o seu combate político com elevação, respeito e bom senso. Foi assim como autarca e foi assim como deputado na Assembleia da República.
Ágil na argumentação, culto no discurso, amigo do seu amigo, leal para com os adversários políticos, sereno na palavra e afável no trato, ficará para sempre lembrado como um homem de afectos, desprendido dos bens materiais, mas com um raro sentido de solidariedade e coesão familiares. Na Armanda, sua mulher, na Rita, sua filha, e mais recentemente nos netos, encontrou sempre o que mais desejou: apoio, conforto, alegria, amizade e realização pessoal.
Desde jovem que assumiu os valores da democracia, combateu por ela na sua Academia, em Coimbra, confrontou-se com a ditadura, sofreu a sua rudeza, mas essa tarimba fez dele um resistente e um lutador pela sociedade que hoje somos.
Na Federação Distrital do Partido Socialista de Viseu experimentou sempre as mais elevadas responsabilidades, partilhou comigo bons e maus momentos e, na disputa interna, sempre esteve ao meu lado. Gostava de falar com ele. Era um conhecedor e tinha um raro sentido de previsão das coisas. Era fundamental ouvir o seu conselho. Separam-nos dez anos e isso sempre fez toda a diferença ao longo do tempo. Tive essa sorte.
O Partido Socialista fica a dever-lhe muito e Nelas, o seu concelho, também. Lembro-me do seu empenho, há décadas, aquando do fim anunciado dos Fornos Eléctricos, para evitar o seu encerramento, do seu esforço, conseguido, para obter um código postal para Canas de Senhorim – o 3525 - como valorização do seu estatuto, bem como da procura de indústrias alternativas que pudessem gerar emprego.
Mais tarde tudo foi conseguido, indústrias, equipamentos escolares e desportivos, piscinas, apoio ao movimento associativo e às instituições sociais, novas acessibilidades e tantos outros projectos, mas sempre integrado numa equipa autárquica bem ao seu estilo: discreto.
Tenho a certeza de que a autarquia encontrará maneira do seu nome ficar ligado ao concelho de modo a perpetuar a grandeza de um homem simples que nos encantou a todos.
JC 2010-11-012
Político de convicções fortes, possuidor de grande energia interior, cedo deixou bem vincada a sua persistência na concretização dos projectos essenciais ao desenvolvimento do seu concelho e do país, mas realizando sempre o seu combate político com elevação, respeito e bom senso. Foi assim como autarca e foi assim como deputado na Assembleia da República.
Ágil na argumentação, culto no discurso, amigo do seu amigo, leal para com os adversários políticos, sereno na palavra e afável no trato, ficará para sempre lembrado como um homem de afectos, desprendido dos bens materiais, mas com um raro sentido de solidariedade e coesão familiares. Na Armanda, sua mulher, na Rita, sua filha, e mais recentemente nos netos, encontrou sempre o que mais desejou: apoio, conforto, alegria, amizade e realização pessoal.
Desde jovem que assumiu os valores da democracia, combateu por ela na sua Academia, em Coimbra, confrontou-se com a ditadura, sofreu a sua rudeza, mas essa tarimba fez dele um resistente e um lutador pela sociedade que hoje somos.
Na Federação Distrital do Partido Socialista de Viseu experimentou sempre as mais elevadas responsabilidades, partilhou comigo bons e maus momentos e, na disputa interna, sempre esteve ao meu lado. Gostava de falar com ele. Era um conhecedor e tinha um raro sentido de previsão das coisas. Era fundamental ouvir o seu conselho. Separam-nos dez anos e isso sempre fez toda a diferença ao longo do tempo. Tive essa sorte.
O Partido Socialista fica a dever-lhe muito e Nelas, o seu concelho, também. Lembro-me do seu empenho, há décadas, aquando do fim anunciado dos Fornos Eléctricos, para evitar o seu encerramento, do seu esforço, conseguido, para obter um código postal para Canas de Senhorim – o 3525 - como valorização do seu estatuto, bem como da procura de indústrias alternativas que pudessem gerar emprego.
Mais tarde tudo foi conseguido, indústrias, equipamentos escolares e desportivos, piscinas, apoio ao movimento associativo e às instituições sociais, novas acessibilidades e tantos outros projectos, mas sempre integrado numa equipa autárquica bem ao seu estilo: discreto.
Tenho a certeza de que a autarquia encontrará maneira do seu nome ficar ligado ao concelho de modo a perpetuar a grandeza de um homem simples que nos encantou a todos.
JC 2010-11-012
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