sábado, 7 de agosto de 2010

PARA QUE POSSAMOS CONFIAR!


Todos os dias ouvimos falar na “justiça portuguesa” quando, verdadeiramente, o que se pretende é criticar a “justiça à portuguesa”.
E certo é que qualquer cidadão gostaria apenas que se falasse em JUSTIÇA, a única que é o garante constitucional dos “direitos, liberdades e garantias” que são devidos a todos e cada um de nós.
E “justiça à portuguesa” é ouvir o sindicato dos magistrados atacar tudo e toda a gente, Procurador Geral da República incluído, e arremessar tudo e mais alguma coisa para justificar o injustificável: o não funcionamento célere e acima de qualquer suspeita da própria justiça.
E é minha convicção profunda que as motivações são políticas e corporativas. Sem se darem conta, atacam a própria justiça, desmerecem de si próprios, não se respeitam e não é, portanto, possível respeitarem os outros, nem fazer acreditar na isenção dos seus “juízos”
E motivações políticas e corporativas são aquelas que podemos adivinhar quando – com espanto – ouvimos dizer que durante mais de seis anos alguém não teve tempo de fazer umas quantas perguntas ao Primeiro-Ministro e Ministro da Presidência, coisa que nem os próprios sabiam ou alguém poderia imaginar!
E isto só aconteceu depois de se conhecerem os únicos acusados no processo Freeport. E não foram aqueles dois governantes, nem nenhum outro. E como as insinuações e acusações feitas por alguma comunicação social – politica e partidariamente conduzidas – caíram por terra, com estrondo, havia que recomeçar de alguma maneira.
E qual foi? A tal das perguntas que não aconteceram por falta de tempo! Assim mesmo, “justiça à portuguesa” – sem vergonha - para que no tempo e no futuro ficasse a dúvida e continuasse a insinuação.
Longe vai o tempo em que olhávamos os “Magistrados” como alguém imune às influências, parcos nas palavras, recatados no seu exercício profissional e produtivos nas suas funções. Longe vai o tempo….
Agora, ansiosos por protagonismo, falam muito, dizem mais do que sabem e, sobretudo, mais do que devem.
Como não podemos confundir algumas árvores com a floresta estou em crer que será “por dentro” que se vai restaurar a isenção, o equilíbrio e transparência, atributos que têm de ser devolvidos, com urgência, à Justiça, para que funcione e possamos a confiar.


DB (2010-08-06)

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