A
última assembleia municipal durou cerca de 10h. A meio da tarde ainda se
discutia o primeiro ponto da OT. Nessa matéria continua tudo como há cerca de
30 anos. Lembro-me bem!
As
picardias políticas foram imensas e, em abono da verdade, são próprias do
debate político. No entanto, por vezes, para além de inúteis são mesmo
prejudiciais aos interesses do concelho. Vem isto a propósito de uma moção
apresentada pelo BE que, em síntese, propunha duas coisas singelas:
A
primeira visava que a assembleia municipal, unanimemente, exigisse ao atual governo
a reconsideração da candidatura a centros de referência do Centro Hospitalar
Tondela-Viseu, no domínio de duas especificidades oncológicas.
Como
se sabe, a administração falhou o prazo legal e o governo de Passos Coelho não
a aceitou, rejeitando mesmo uma insistência nesse sentido. Mais um segredo
fechado a sete chaves aberto agora pela imprensa local!
A
segunda, pretendia explicações da administração, “sendo que esta já tinha demonstrado disponibilidade nesse sentido”,
expressão de Carlos Vieira que assim julgava poder ultrapassar as reticências
do PSD e do CDS ao texto.
Moral
da história, a assembleia rejeitou a moção e a ideia principal: a reconsideração
da candidatura, indissociável da exigência do Centro Oncológico. Tudo isto para
não “melindrar” a administração. Este absurdo, para além dos partidos da
oposição, também não foi acompanhado por alguns deputados municipais da maioria
que se abstiveram.
O
próprio presidente da câmara reconheceu que o incumprimento do prazo era uma
falta sem desculpa. E o que faltou mesmo, no momento, foi um Mota Faria presidente
mais racional, menos corporativo, como assumiu ser João Cota, que se absteve,
ou mais moderado e amigo do concelho, como Carlos Vieira e a oposição
demonstraram. Mota Faria falhou o entendimento.
JC 2016.05.02
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