(JCentro c/Exp) Quando em 1950 a Alemanha, Bélgica, França,
Itália, Luxemburgo e Países Baixos, saídos da guerra, se uniram económica e
politicamente, fundando os alicerces da Comunidade Europeia (CECA), tiveram por
objetivo construir uma paz duradoura e um espaço de oportunidade e bem-estar
para as pessoas.
O sucesso da iniciativa levou ao Tratado de
Roma, em 1957, e assim se instituiu a CEE. O alargamento passou a ser uma
prioridade. O Reino Unido entrou em 1973, tal como a Dinamarca e a Holanda. Mais
tarde, em 1986, Portugal e Espanha, integraram esta família que, até aos dias
de hoje, não mais deixaria de crescer.
Por isso, o “Brexit” e a consequente saída do
Reino Unido da CE é um rude golpe para os valores matriciais da União. A
direita inglesa é responsável por este desaire, tal como a direita europeia. Têm
criado um clima de constrangimento e descontentamento das populações.
As políticas austeritárias e o desemprego são
um flagelo. O crescimento económico é pífio, há vários anos, e as melhores
expetativas de evolução não vão além de 1,5% até ao final da década.
Não se estranhe, pois, o descontentamento a par
de uma regressão demográfica sem paralelo e novos problemas com os fenómenos
migratórios. Entre nós, já não conseguimos substituir as gerações desde 1983.
Tal como a Europa, envelhecemos. E muito.
A direita preferiu a “banca de casino” às
pessoas e estas, paradoxalmente, passaram a estar ao serviço da economia.
Diz-se, por exemplo, que há problemas de sustentabilidade na Segurança Social e
que é preciso reduzir, ainda mais, os trabalhadores na função pública. Só ninguém
explica por que motivo para a banca há sempre mais dinheiro público e se aumenta
ainda mais o número (e salários) dos seus administradores. O “Brexit” pode não
ficar por aqui.
JCentro
2016.06.26
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