Os vereadores do PS levaram o tema à reunião de câmara. Em 2013 denunciaram esta situação depois de uma visita ao local, acompanhados pelo atual presidente de junta (PS), José Mota, e da sua equipa. Consumido mais de metade do mandato a autarquia (PSD) nada mudou até agora.
"Os habitantes de Passos de
Silgueiros, Viseu, estão revoltados com os maus cheiros provocados
por uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que fica
situada a poucos metros de habitações, disse esta sexta-feira o porta-voz
dos moradores.
Em declarações à agência Lusa, o
porta-voz dos moradores de Passos de Silgueiros, Joaquim Santos, explicou que a
ETAR, construída em 1998, tem exposto os habitantes a um conjunto de problemas
ambientais, entre os quais os maus cheiros.
“Há anos que esta ETAR está a funcionar
a céu aberto, com várias lagoas, a cerca de 50 metros das habitações. Talvez
esteja a funcionar mal porque nos expõe a maus cheiros que se intensificam
durante a noite, em dias de nevoeiro e no verão, com o aumento da população que
vem passar férias”, alegou.
De acordo com Joaquim Santos, os
populares têm-se deparado com o aumento de melgas e outros insetos, que têm
provocado problemas de saúde à população, para além de registarem a
deterioração dos frutos das árvores e de outros produtos agrícolas.
“Queremos chamar a atenção das entidades
competentes, para que esta situação venha a ser resolvida. De dia para dia isto
tem vindo a agravar-se e os efluentes, quando saem da ETAR para um riacho, têm
uma aparência duvidosa, escurecida e envolvida numa mancha branca e espumosa”,
referiu.
O presidente da Junta de Freguesia de
Silgueiros, José Mota, mostrou-se solidário com a população, mas está confiante
de que a Câmara de Viseu venha a resolver esta situação.
“Tenho toda a confiança no executivo
municipal, que está a analisar a melhor forma de solucionar este caso:
construindo uma ETAR nova e desativando a ETAR de Passos e das Lages, ou
fazendo a ligação à ETAR Viseu Sul. Gostaria que isto acontecesse ainda no meu
mandato”, sustentou.
Contactada pela Lusa, a Câmara de Viseu
garantiu que está a acompanhar de forma próxima a incomodidade da população,
que tem picos e não é permanente.
“As habitações não deveriam ter sido
construídas em local tão próximo da ETAR e os seus proprietários assumiram a responsabilidade
pelas construções, tendo conhecimento dos impactos eventuais da localização.
Ainda assim, a ETAR de Passos de Silgueiros cumpre os valores limites de
emissão legalmente estabelecidos”, esclareceu.
O Município de Viseu informou ainda que
a Águas de Viseu tem em curso um estudo de desativação da ETAR e de ligação à
ETAR de Viseu Sul, “numa solução que garanta no futuro uma resposta suficiente
e definitiva”.
“Esse estudo levará, todavia, algum
tempo a ser concluído para apresentar projeto técnico e orçamento”, concluiu."
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