A
campanha presidencial animou, finalmente. Primeiro Marisa Matias, depois
Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém fizeram Marcelo Rebelo de Sousa descer à
terra e sair da sua zona de conforto. Acabou o tempo do comentador dominical sem
contraditório.
E
tem mais. Na ausência de razões que expliquem o paradoxal de opiniões opostas
sobre o mesmo assunto, facto que os outros candidatos ilustraram copiosamente,
Marcelo recorreu a ditos, insinuações ou acusações abaixo do nível do mar. E
molhou-se.
Como
se isso não fosse suficiente, tenta agora dizer que não é o candidato da
direita, que dispensa os aparelhos partidários do PSD e do CDS, que nunca teve
nada a ver com o governo anterior, nem com a PàF, embora durante quatro anos tenha
feito absolvições permanentes dos pecados cometidos. E sempre ao domingo, dia
santo, como convinha!
Bom,
a tais tentativas de distanciamento deste entusiasta do “caminho único”, pode
ser que os eleitores dessa direita que agora finge ignorar, na hora do voto,
façam bom uso da sabedoria popular: “Amigo
que não presta e faca que não corta: que se percam, pouco importa”. Sim,
pode ser que haja mesmo segunda volta.
A
eleição presidencial foi muito desvalorizada pela dominante mediática das
legislativas e da solução governativa encontrada. Foi, mas ainda estamos a
tempo de arrepiar caminho. Basta pensar nos 13 pontos negativos com que Cavaco
Silva termina o seu mandato e o que isso significa para todos.
O
país perdeu, a democracia também, as instituições saíram diminuídas e a
República viu o seu património ser alienado sem que o Presidente dissesse um “ai”. Não nos defendeu! Assim como “é tarde para a economia quando a bolsa está
vazia”, depois de votarem não se queixem uns dos outros. Depende de nós, a
segunda volta está à vista!
JCentro 2016.01.10
Sem comentários:
Enviar um comentário