Em Budapeste, antecedendo o arranque dos trabalhos do Congresso
do Partido Socialista Europeu (PES), os dois líderes elogiaram Mário Soares e
Felipe González e garantiram que em breve estarão no Conselho Europeu a “virar
a página” da austeridade.
Em ano de eleições em ambos os países
ibéricos, PS e PSOE elaboraram um documento conjunto, e já aprovado pela
família política dos socialistas europeus, onde está plasmado um conjunto vasto
de objetivos, designadamente, “devolver a esperança e a confiança no projeto
europeu” que há 30 anos mobilizou os cidadãos de ambos os países, com a
liderança de Mário Soares e de Felipe González. Esperança e confiança que, para
o líder do PS, “infelizmente estes anos tão duros de austeridade têm vindo a
enfraquecer”, marcando esta Europa pelo “desânimo, desencanto e pessimismo” que
é fruto, como salienta, pela “associação da Europa com a austeridade”.
“A Europa é sobretudo um projeto
político e um dos grandes erros dos últimos anos foi ter sacrificado esses
grandes objetivos políticos da paz, da democracia e da prosperidade partilhada,
em nome dos mercados”, sustentou António Costa. “E é precisamente essa a página
que nós temos de virar. Nós temos de voltar a ser a Europa dos cidadãos e não
voltar a ser a Europa dos mercados”, vincou o Secretário-geral socialista.
No caso de Portugal, António Costa
defende que as prioridades passam pelas políticas de emprego, educação,
modernização do Estado, pelo sistema de justiça, pela inovação das pequenas e
médias empresas, pela reabilitação urbana e eficiência energética e pela capitalização
e desendividamento das empresas. Estas e outras propostas vêm confirmar,
na opinião de António Costa, que os socialistas europeus têm “uma alternativa
para a Europa” que contraria o pensamento político da direita portuguesa e
europeia, que entende que a Europa não tem futuro sem austeridade, e também a
esquerda radical que “pensa que não é possível não haver austeridade
mantendo-nos na Europa”.
Reformas estruturais devem adaptar-se a
cada país

Segundo o líder do PS uma das principais
novidades da proposta que leva ao Congresso do PES passa sobretudo pelo
“método” ao defender reformas estruturais adaptadas à medida da realidade de
cada país.
António Costa cita, como exemplo, que o
documento elaborado pelo PS e pelo PSOE, em vez de propor reformas estruturais
que assentem na austeridade e na redução dos custos laborais, aponta para uma
alternativa que seja capaz de responder verdadeiramente aos problemas que as
duas sociedades ibéricas enfrentam ao nível da competitividade das suas
economias.
No caso português medidas que apontam
para a “correção do défice de qualificações dos portugueses, modernização do
Estado, renovação urbana, eficiência energética, inovação empresarial e
deslavancagem do tecido económico”.
António Costa encontra-se hoje e amanhã,
em Budapeste, onde está a participar no X Congresso do Partido Socialista
Europeu (PES).
Um encontro onde os socialistas europeus
vão discutir e aprovar, entre outras questões, resoluções sobre o combate ao
desemprego e às desigualdades, a sustentabilidade do Estado social e a defesa
da liberdade contra extremismos e um novo impulso para a convergência." (Rui Solano de Almeida, in AS)
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