quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O CAMINHO ERRADO DO GOVERNO - BOLETIM ECONÓMICO - 4º TRIMESTRE

NO 4º TRIMESTRE DE 2011
No 4º trimestre de 2011, a economia portuguesa apresentou um crescimento negativo muito acentuado de 2,7% em termos homólogos e 1,3% em termos trimestrais.
Esta redução “traduziu um significativo agravamento do contributo negativo da Procura Interna, associado particularmente às diminuições mais expressivas do Investimento e das Despesas de Consumo final das Famílias. O contributo positivo da Procura Externa Líquida aumentou, em resultado sobretudo da acentuada diminuição das Importações de Bens e Serviços. As Exportações de Bens e Serviços, embora desacelerando, mantiveram um crescimento homólogo elevado.” (INE)

Em suma:
i) O rendimento das famílias caiu de forma muito pronunciada no 4º trimestre (em especial o corte de 50% do subsídio de Natal) e esse efeito associado às expectativas para tal levou a uma quebra tremenda no consumo privado.
ii) O investimento das empresas recua.
iii) As importações sofrem uma redução em especial pelos dois efeitos anteriores.
iv) As exportações desaceleram.
v) Pelos efeitos iv) e v) a melhoria da balança comercial apenas acontece porque com a retração da economia leva a uma quebra pronunciada das importações.

Comparando com a União Europeia destaca-se:

Em termos de variação trimestral:
 Dos dezanove países com dados disponíveis, Portugal apresenta o maior crescimento negativo do PIB: 4 vezes superior ao decréscimo verificado na UE e na zona euro, onde em ambos os casos o crescimento foi de -0,3%. (não há dados disponíveis para Dinamarca, Irlanda, Grécia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Eslovénia e Suécia)
Apenas a Eslováquia, Letónia Bulgária, Hungria e França apresentam crescimentos positivos do PIB (0,9%, 0,8%, 0,4% 0,3% e 0,2, respetivamente).
Alemanha e Reino Unido registam uma retração de 0,2%, ligeiramente inferior à média da UE e zona euro. Espanha apresenta um decréscimo igual ao da UE e Zona Euro (-0,3%) e Itália um decréscimo de 0,7%.

Em termos de variação homóloga:
 Dos 20 países com dados conhecidos, Portugal apresenta a 2ª contração do PIB (-2,7%) mais elevada a seguir à Grécia (-7,0%). Para além destes dois países também a Itália, Chipre e Holanda registam crescimentos negativos. (dados não disponíveis para Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Polónia, Eslovénia e Suécia).
 Tanto a UE como a Zona euro crescem 0,9%.
 Letónia apresenta o maior crescimento (5,3%).
 Alemanha cresce 2,0%, França 1,4%, Reino Unido 0,8% e Espanha 0,3%.

NO CONJUNTO DO ANO DE 2011



Apenas Portugal e Grécia estiveram em recessão em 2011.
A economia portuguesa registou o 2º pior desempenho da UE, caindo 1,5%, a seguir à Grécia.
 Observa-se um comportamento diferenciado do crescimento do PIB Português ao longo dos 4 trimestres do ano: Embora negativo, no primeiro semestre a queda foi em média de 0,8% e no 2º semestre a queda foi muito mais pronunciada de 2,3%, ou seja a queda do 2º semestre foi quase 3 vezes superior à do 1º semestre. Esta evolução resulta do forte impacto recessivo das medidas implementadas pelo novo Governo.
 Tanto a UE como a Zona euro cresceram 1,6% e 1,5%, respetivamente
 Estónia registou o maior crescimento da economia, embora os seus dados não estejam ajustados da sazonalidade.
 Alemanha cresceu 3,1%; França 1,7%, Reino Unido 0,9%, Espanha 0,7% e Itália 0,3%.

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