sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

....HÁ UM ERRO NA POLÍTICA EM PORTUGAL E NA EUROPA?” (in Diário de Viseu)

António José Seguro foi convidado pelo Instituto Transatlântico Democrático, por ocasião do seu 5º aniversário, para falar sobre Portugal e os desafios do futuro. Esta entidade, apartidária, pretende lançar a discussão sobre temas relevantes. António Rebelo de Sousa coordenou o debate.

O secretário-geral do PS procurou apresentar uma imagem do país que somos, do momento difícil que vivemos e do caminho que quer seguir como alternativo ao do governo.
Neste contexto referiu que “Nos últimos 15 dias, Portugal atingiu a taxa de desemprego mais elevada de sempre, o índice de confiança mais baixo de sempre, enquanto um relatório da UE diz que os 10% dos portugueses com menores recursos são os que mais sacrifícios fazem para sair da crise".

Na minha opinião, que não é de agora, tudo isto significa que estamos pior, muito pior, e que o “fim do mundo” persistentemente anunciado pelo governo serve para assustar, funciona bem para desculpar, mas não consegue resolver.

Se o PS estivesse no governo teria de concretizar políticas de austeridade como as que apresentou no PEC IV - que o PSD e a oposição chumbaram, mesmo depois de ter sido aprovado pela comissão europeia, chefes de estado e de governo e pelo banco central.
É o que está acontecer em todos os países. Sarkozy prepara a França para a austeridade que anunciará no final do mês. Quem diria?! Portanto, a austeridade é necessária, o equilíbrio das contas públicas fundamental, mas sem uma agenda para o crescimento e o emprego não há solução, nem futuro. A receita deste governo, de austeridade em cima de austeridade, conduziu-nos à atual situação, a um beco sem saída.
Infelizmente, nos próximos meses, os erros do 1º ministro e ministro das finanças farão anunciar um défice mais elevado em 2012, obrigarão à negociação de um novo calendário e à revisão do financiamento internacional e do programa de assistência.
Os nossos vizinhos espanhóis, com uma fortíssima taxa de desemprego, com medidas de austeridade duras, procuraram evitar os cortes nos vencimentos, fazer crescer as pensões e reformas ao nível da inflação e estimular as PMEs. O nosso governo fez tudo ao contrário e, assim, não haverá luz ao fundo do túnel, não evitaremos a fuga de quadros ou a emigração dos nossos jovens, não sentiremos o pulsar positivo da economia e muito em breve recordaremos que em 2010, apesar de tudo, a nossa economia ainda cresceu + 1,4%.
Talvez seja este o contexto que permitiu a António José seguro insistir e perguntar: “qual é o indicador que falta para demonstrar que há um erro na política que está a ser aplicada em Portugal e na europa?”
DV 2012-01-18

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