quinta-feira, 26 de maio de 2011

José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento acusa agências de ‘rating’ de dualidade


José Maria Ricciardi

José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento acusa agências de ‘rating’ de dualidade
José Maria Ricciardi sublinha que que tende "a ter a mesma opinião" do primeiro-ministro José Sócrates e explica que "as razões são técnicas e não políticas". Apesar de ser contra o chumbo do PEC IV reconhece que a sua aprovação poderia não ter evitado um novo pacote de austeridade.
A maior parte dos portugueses não relaciona a ajuda da ‘troika' com o facto de o PEC IV ter sido chumbado. José Sócrates insiste porém nisso: se o PEC IV não tivesse sido chumbado não haveria necessidade de recorrer a auxílio externo. Onde se situa?
Muitas vezes concordo com o líder A ou com o líder B, independentemente de serem mais a esquerda ou mais a direita.
Embora com algumas nuances, tendo a ter a mesma opinião do eng José Sócrates.
As minhas razões são técnicas e não políticas e nem sequer digo que se o PEC IV tivesse sido viabilizado não chegaríamos ao PEC V!
O que sucede é que os alemães, bem como uma parte importante dos outros países, preocupados com o risco do contágio da má situação dos países periféricos - veja-se a evolução da Grécia e da Irlanda! - tinham aberto a oportunidade de outra ajuda, a dita flexibilização do Fundo.
Ninguém negou que fosse uma ajuda mas era mais mitigada, havia a chance de um auxílio um pouco diferente. O medo do contágio abrira essa possibilidade. E a maior diferença para a situação actual é que os mercados continuariam, eventualmente, abertos. Com taxas altas, mas abertos.
O facto de termos inviabilizado isso precipitou um corte sucessivo dos ‘ratings' da República e dos bancos e houve o pedido de assistência financeira.
Ninguém de boa fé pode afirmar que a viabilização do PEC IV impediria a ‘troika' em Portugal, mas ganhar-se-ia algum tempo. E na crise que estamos a viver na Europa e no mundo, ganhar algum tempo poderia ser positivo.
Entendido: se dependesse de si não teria havido crise política em Portugal?
O grande marco é o da demissão do Governo e - não querendo fazer política porque não sou político - costumo dar o exemplo da Espanha que optou por não ir por esse caminho. Sim, julgo que não se devia ter inviabilizado o PEC IV.

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